quinta-feira, 19 de abril de 2012

sensível



«Eu sei que és sensível. Tu podes não saber, mas eu sei que és sensível.
A tua sensibilidade vive nos teus poros, nas tuas células, na tua vibração.
A cada vez que te magoam, desaba o céu em cima da tua cabeça.
E tu só precisas de te entristecer, de te fragilizar.
Como eu digo sempre, «Deixa doer para passar depressa».

A tua sensibilidade é um trevo de quatro folhas, é talvez o teu maior dom, o
maior dos maiores.
Mais forte do que seres inteligente, é seres sensível.
Mais forte do que seres arguto, é seres sensível.
Mais forte do que seres rico, bonito, capaz, simpático, é seres sensível.
Mais forte do que seres forte, é seres sensível.

As pessoas sensíveis sentem as dores do mundo. Dói? Dói.
Mas é infinitamente mais verdadeiro, mais harmonioso, do que bloquear a
sensibilidade e andar por aí, feito palhaço, na ilusão de que tudo vai
melhorar… porque sabemos que dessa maneira não melhora nunca.
Ser sensível é ter conexão total, directa, ininterrupta e irreversível.

É mais difícil? É. Mas, por outro lado, quando se está bem, quando se está
feliz – e começam a ser muitas as vezes em que isso acontece –, a alegria é
incomensurável.
O que seria alegria é agora êxtase.
O que seria felicidade é
agora estado de graça.
E os realmente sensíveis, aqueles que já aceitaram a sua sensibilidade plena e absoluta, os que já não bloqueiam, os que aceitam sentir tudo, tudo, tudo, já sabem o que é estar em estado de graça. E já não querem prescindir dele.
E já não querem outra vida.»

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