domingo, 21 de agosto de 2011

carta aberta a Deus






Hoje está um daqueles dias estranhos que se entranham na pele e corpo e me toldam o pensamento. Densos. A atmosfera está densa, muito densa e eu sinto-a. Anuciaram chuva que não se viu. Um calor abrasador ficou sem descanso todo o dia de ontem e ameaça outro dia igual hoje. Trevoada, precisa-se, para aliviar esta pressão de panela prestes a explodir. Não a minha, mas a da atmosfera.

A minha mantem-se estável, porque explode a cada momento/dia em que assim preciso, numa sintonia e sincronização divina que me reconforta. Porque se eu retraio, porque não estou no sítio ou contexto propício por exemplo para chorar, se eu me inibo de me expressar, sei que O farás de seguida logo que seja possível, e me impelirás a libertar tudo o que profundamente me magoa, entristece, marca, seduz, deslumbra, alegra, ...
E esse constante e atento afago protetor e amigo que me fazes esse colo que me  providencias, apazigua-me, enternece-me, liberta-me, alegra-me, seduz-me, ... e faz-me sentir viva e feliz por Te ter assim na minha vida. Amo-Te e sou correspondida. E essa certeza, essa presença constante - 24h por dia, que eu nunca na minha vida pensei vir a ter, nem desta forma - é do melhor que há. E não se explica, sente-se.

Não faz qualquer diferença que esteja sozinha , porque sei que não 'prego no deserto', porque tenho o teu apoio, abraço, inspiração, caminho e carinho incondicional porque incondicional é o meu amor por Ti, a minha entrega e confiança no meu Dharma e na Tua sabedoria e orientação. No teu Amor por mim.

Não faz qualquer diferença que não compreendam o que digo, que lhes soe estranho, surreal, alienado, que os incomode, e repudie. Para mim, não. É tão natural e simples como respirar. Mas Tu sabes que eu não conto, 'nem da missa metade', que nos preservo naquilo mais pessoal que temos. Da mesma forma que não se contam as experiências amorosas ao detalhe, não por pudor instituido ou prurido mental, mas por imenso e devoto respeito pelo outro. Pelo que é vivido a dois. Intransmissível.

Mas Tu sabes que C. sabe desta missa, - porque também ela sabe porque a sente - com quem partilho este amor imenso por Ti. Por vezes rimo-nos nesta dupla cumplicidade e entre sorrisos e gargalhadas confessamos: eu só te conto a, ti, porque senão a minha família interna-me!, e ainda, não faz mal, arranjamos um quarto lá só para as duas, afinal dizer umas coisas estranhas à plebe, é do que por lá abundará (risos)

Chamarem-me de maluquinha, olharem-me de lado como alien, rirem-se, poderem fazer troça ou ironia com o digo, escrevo, faço, não me molesta nem altera um milímetro o que sou, o que sinto. Sabes porquê? Porque o que (sou)sei, não foi estudado, não o li em livros, não vi em filmes ou documentários, não me contaram professoeres, mestres nem gurús, não me disseram videntes ou outros intermediários fidedignos ou não. O que eu sei, sei porque o vivo, porque o sinto, a cada dia, com crescente intensidade paixão e revelação. E isso basta-me. TU bastas-me. E cada dia é uma festa, com risos, bençãos e lágrimas. Porque cada dia se revela único ao Teu lado. E grata sou.

E é esta Fé, este Amor, esta Entrega Incondicional que me fazem ter a Força que tenho, o Brilho que tenho, a Determinação que tenho, a Confiança que tenho, a Certeza que tenho, ..., que no meio de cada tormenta, de cada privação, de cada  prova, de cada tristeza,..., que se me depara, terei sempre o suporte, a resistência, a forma adequada , a orientação,  para a atravessar segura e ilesa. O Teu Amor.








“Do not believe in anything simply because you have heard it. Do not believe in anything simply because it is spoken and rumored by many. Do not believe in anything simply because it is found written in your religious books. Do not believe in anything merely on the authority of your teachers and elders. Do not believe in traditions because they have been handed down for many generations. But after observation and analysis, when you find that anything agrees with reason and is conducive to the good and benefit of one and all, then accept it and live up to it.”  Siddharta Gautama





Ah! já chove !!! Aleluia!

 

 

 






 

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